sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Resenha sobre o livro "Capitães de Areia"

AMADO, Jorge. Capitães da Areia; – 103ºed. – Rio de Janeiro: Record, 2001.

Para Jorge Amado, a Baia de Todos os Santos é o cenário da realidade social brasileira. Lá estão representados todos os problemas de sua época e de hoje, daí o caráter sempre atual e o sucesso internacional de suas obras. Um dos romances mais admirados por seus leitores, Capitães da Areia trata da problemática do menor abandonado e das suas conseqüências: a violência, a criminalidade e a prostituição.

O livro conta a historia de cerca de quarenta meninos de todos os matizes, entre nove e dezesseis anos, que habitavam as ruínas de um velho trapiche no cais do porto e que para conseguirem sua sobrevivência realizavam assaltos pela cidade de Salvador. Os seus principais personagens são: o Pedro Bala, um menino de quinze anos, loiro, com uma cicatriz no rosto que era o líder do grupo, uma espécie de pai para os garotos, pois ele era mais ativo, sabia planejar os roubos, trazia nos olhos e na voz a autoridade de chefe; o Professor que lê para os garotos que não sabiam; Gato que com seu jeito malandro acaba conquistando uma prostituta, Dalva; Sem-pernas, o garoto coxo que serve de espião se fingindo órfão desamparado (e numa das casas que vai é bem acolhido, mas trai a família, mesmo sem querer fazê-lo); João Grande, o “negro bom” como diz Pedro Bala; Querido-de-Deus, um capoeirista que é só amigo do grupo; e Pirulito, que tem grande fervor religioso.

Capitães da Areia é um poema em prosa recheado de poesia e temperado com ação, aventura, comédia e drama, este livro foi escrito em 1937, pouco depois da implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas.

A obra vem precedida por uma seqüência de reportagens onde é apresentado aos leitores segundo a visão da sociedade, da polícia e da imprensa, como um grupo de menores abandonados que eram marginalizados, aterrorizavam com seus roubos Salvador.

Capitães da Areia é sem dúvida um documento valioso para a compreensão de uma época, na Bahia. Percebe-se que a sua elaboração resultou da vivência intensa do autor nas ruas, becos e ladeiras da cidade, onde mostra a desigualdade social e a discriminação entre as raças, numa sociedade que se negava a reconhecer que somente os ricos tinham privilégios.

A triste conclusão é que continuam a fazer parte da história da pátria, meninos novos dominados e excluídos, apesar de freqüentarem cada vez mais espaços públicos, não tem a oportunidade de ter uma educação de qualidade, uma família ou quaisquer encaminhamentos futuros. Vale a pena à leitura, pois é um livro que relata a realidade que passávamos e que continuamos a passar, atuando assim na nossa consciência social, política e econômica.


Elena Martinez

9 comentários:

Raul disse...

muito boa resenha, mas faltou o numero de pags;D

Isabela disse...

perfeita essa resenha, parabéns

Jamile disse...

Muito boa mesmo a resenha !

Anônimo disse...

Era realmente o que eu queria. Adorei a resenha me ajudou bastante.

Anônimo disse...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel

Jh disse...

Valeu gata me ajudou muitíssimo, seu blogger é super interessante!!

Anônimo disse...

Me ajudou bastante hein,mas cuidado com os erros de português...Bahia está escrito assim: Baia logo no começo o seu texto, mas parabéns mesmo assim!

Adelita disse...

Parabéns, boa resenha !

Anônimo disse...

Tem q ressaltar q Baia está sim escrito certo pois ela se referiu não ao estado da Bahia mas sim a denominação geografica do local.