quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os Cafajestes

O espetáculo teatral "Os Cafajestes", me despertava bastante interesse. Mas, confesso que ao assistir no último dia da temporada de abril (17), fiquei decepcionada. Esperava uma apresentação com mais crítica ao universo feminino, não que eu seja machista, mas também não sou feminista, somente gostaria de compreender os argumentos que justificam os homens terem tantos preconceitos ao se relacionarem com mulheres mais independentes, com posicionamentos próprios e atitudes nem sempre tão meigas e hipócritas.

Será que as mulheres preferem mesmo os cafajestes? Essa deveria ser uma das principais indagações dos personagens machistas de carteirinha Onório, Estevão, Alencar e Alfredinho. Já que se dizem tão interessantes por serem assim, deveriam explicar o motivo que atraem as mulheres a ficarem tão interessada por este esteriótipo de homem, cada vez mais presente na nossa sociedade, principalmente aqui em Salvador, onde se criou o espetáculo.

O enredo da apresentação retrata o desespero dos homens com a eleição de uma mulher para presidente da República, os quatro machistas fazem muito deboche e pregam que mulher de verdade não tem que ter vaidade e tem que saber lavar, passar e cozinhar, ou seja a famosa Amélia.

Mas como musical, foi de muito bom gosto e bem relacionada a trilha sonora do espetáculo. No roteiro estão músicas que tratam da visão e do universo masculino como as canções Emília [Wilson Batista/Haroldo Lobo], Ai que Saudades da Amélia [Ataulfo Alves/Mário Lago], Perfídia [Alberto Dominguez/ vs. Altemar Dutra], Mesmo que Seja Eu [Erasmo Carlos/Roberto Carlos], Elegia [Caetano Veloso], Chocante [Eduardo Dusek ], Pra Virar Lobisomem [Cecéu], Deixe a Menina [Chico Buarque], Sem Compromisso [Nelson Trigueiro/Geraldo Pereira] e Ai, Se Nos Faltarem Essas Mulheres [Márcio Mello]. A trilha musical acompanha os atores no palco, que interpretam as canções ao vivo.

Algumas pérolas como: "Celulite quer dizer: Eu sou gostosa em Braile", "Gato para mim, é cachorro viado", "Viado serve para falar de alguém desconhecido, Gay fala-se com amigo e homossexual quando se é parente", fazem parte do enredo.

A direção é de Fernando Guerreiro, com texto adaptado de Aninha Franco. A produção é assinada por Marlúcia Sie Produções.

Elena Martinez

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