terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A música é movida pela mistura?

Música faz lembrar de pessoas, momentos inesquecíveis e reacende recordações adormecidas. A melodia faz nosso coração bater no bit mais acelerado e tem o poder de nos acalmar. Sem distinção de raça, religião ou classe social, o Festival de Verão de Salvador, mais uma vez na 11ª edição, apresenta uma mistura que movimenta a música, seja através dos diferentes instrumentos emitindo variados sons e ritmos ou da vibe positiva que ecoa no espaço miscigenado que junta várias tribos sem preconceito.

E por falar em mistura, nem a raça aqui é pura. Grande diversidade que nos enche de cultura trazendo novidades a cada ano com artistas regionais, nacionais e internacionais, levando o público ao êxtase. Essa mistura de influências é que faz dos dias 28 a 31 de janeiro, no Parque de Exposições se tornar um caldeirão de alegria, influenciado pela energia do verão.

A música, a partir de certo momento, passa a fazer parte do aparelho sensório-motor através do qual percebemos o mundo e nossa ação nele. Sem música não nos movimentamos como uma marionete, cujo os membros se conectam com cada compasso da batida e da freqüência, essa sinergia entre som e movimento faz o corpo se sentir mais leve.

Esse é o principal desejo de participar de um evento que emana tantas vibrações positivas, apesar de toda a mistura tem sempre algo original e inédito que nos leva a pensar o quanto a mistura faz parte da nossa vida, seja na música ou na genética.

(Texto feito para participar do concurso da Via Press para assessoria do Festival de Verão 2009)

Elena Martinez

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Designer: Profissional Indispensável na Produção Jornalística

Formada em Design com habilitação em comunicação visual e ênfase em meios digitais, Valentina Garcia, 39 anos é supervisora de artes gráficas do Jornal A Tarde.
A função dela no jornal consiste em coordenar o trabalho dos diagramadores, a manutenção do projeto gráfico e da direção de arte, junto aos ilustradores.
Valentina explica na entrevista a seguir, como o designer pode auxiliar na produção Jornalística. Para ela, o principal objetivo é atender a demanda da redação, aliado ao conteúdo editorial, para criar produções imagéticas nos cadernos e nas páginas especiais.
“O designer possui grande importância na produção jornalística, pois é ele quem define para onde o olhar do leitor deve seguir, segundo a hierarquia da informação, com a prioridade de guiar seu olhar em relação ao texto”, disse.

Elena Martinez - Quais aspectos o Design pode desenvolver para ajudar no entendimento da notícia?

Valentina Garcia - Inicialmente é necessário que o designer esteja inserido no início da produção jornalística, desde a definição do projeto editorial ou na apresentação de uma pauta juntamente a quem vai produzi-la. Discutir sobre a estrutura da matéria, a forma de apresentação e a melhor forma de ilustrarem, seja com fotos, ilustrações e infográficos. Ver a possibilidade de criar destaques com textos curtos - decks de leitura. Essa forma é considerada como um projeto gráfico existente com parâmetros a ser seguido a exemplo da tipografia, entrelinha, mancha gráfica, etc.

E - Qual a importância do Design Gráfico no jornalismo?

V - Possui grande importância uma vez que o aspecto gráfico é a tradução do conteúdo. É no design que se define, para o olhar do leitor a hierarquia da informação com a propriedade de guiar seu olhar em relação ao texto. Atua como tradutor visual gráfico de um conteúdo, aliando elementos textuais e não textuais (imagéticos).

E - Sem o Design, como você classificaria um Jornal? Descreva como seria um jornal sem as artes gráficas.

V
- Considerando um jornal sem projeto gráfico, seria difícil para o leitor se sentir atraído, identificar o grau de importância do conteúdo, homogeneidade na publicação e reconhecimento do produto.

E - Qual a importância das diferentes, fontes das letras, tamanho, cores, colunas etc?

V - Bom, existem princípios presentes na etapa projetual para a definição de tipografia. Cada tipo possui uma história e uma função para fins determinados. Há, por exemplo, aspectos a serem considerados como estruturais e ergonômicos de leiturabilidade e legibilidade. Os tamanhos das fontes devem ser definidos de acordo com a função e o grau importância de cada elemento. A mancha gráfica, formato, cores, colunagem, entrelinha, elementos gráficos de suporte (fios, vinhetas, boxes, sinais gráficos) entre outros, são elementos que fazem parte das etapas projetuais e a definição desses elementos são feitas a partir de projeto editorial pré-definido que possui informações que vão nortear o design a tomar tais decisões.

E - O texto se torna mais atraente, quando existe uma boa diagramação gráfica? Quais os principais requisitos?

V - Com certeza, a diagramação pode, tanto valorizar quanto desvalorizar o conteúdo de um texto. O que vai definir e traduzir bem ou não os elementos textuais em espaço gráfico (página). Como principais requisitos: é um bom projeto gráfico, uma pauta bem definida e boa(s) foto(s).

E - A compreensão depende da editoração gráfica? Descreva algumas das dificuldades que o leitor encontraria se não existisse a diagramação visual.

V - A editoração ajuda na compreensão. A definição de imagem, seu tamanho, a disposição dela em relação ao texto. Os tamanhos de títulos e sua posição que define a hierarquia da informação. O corpo do texto, entrelinha, largura de colunas com medidas inadequadas, imagens mal escolhidas, torna a leitura desconfortável e de difícil compreensão do grau de importância das matérias e fluência da leitura.

E - De acordo com a sua experiência na área, o que você recomenda ou acrescenta para os estudantes de jornalismo que pretendem seguir a diagramação gráfica do jornal?

V
- Bom, com relação aos estudantes de jornalismo, em minha opinião, o que é hoje ensinado nas universidades em respeito a design editorial, habilita-os no máximo, para exercer o papel de jornalista junto à diagramação (familiarizar com a atividade). Para atuar como designer é necessário estudo mais aprofundado sobre os aspectos abordados em tal atividade, assim como para atuar como designer editorial é necessário conhecer sobre os processos, princípios e terminologias específicas do processo jornalístico e editorial. Não o habilitando para atuar como repórter, por exemplo.

Elena Martinez

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Praça da Sé passa por intervenção arqueológica

A Praça da Sé, local onde em 1553 foi erguida a velha Sé da Bahia é um dos pontos mais visitados na cidade de Salvador, sua riqueza histórica não se restringe ao que os olhos dos turistas podem ver. Em 1998 o arqueólogo e também professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Carlos Etchevarne desenvolveu, um plano de intervenção arqueológica na praça, onde possibilitou a recuperação de objetos como adornos corporais, cachimbos, cerâmicas que identificam dados importantes sobre os antigos moradores da cidade, reconstruindo o cenário cultural.

A equipe do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA (MAE/UFBA) foi convocada pela Prefeitura. O projeto tinha por objetivo a utilização da Praça da Sé como espaço público para o lazer, no qual as pessoas pudessem ter sempre presente, marcos evocativos da história no próprio ambiente.

Os especialistas da Prefeitura Municipal ficaram responsáveis pelas escavações que não necessariamente apareceram nas estruturas arquitetônicas, mas em lixeiros da cidade e nas residências, normalmente em jardins, fundos e quintais de casa e algumas vezes espaços abertos como praças e parques. Por exemplo, o Dique do Tororó, para o pesquisador "são setores urbanos que contêm preciosas informações históricas e devem ser valorizadas".

Etchevarne explica que esses elementos arqueológicos permitem-nos reconhecer que existe uma dinâmica com ritmos próprios que variam historicamente no processo de construção de uma cidade. Morador da cidade há 50 anos José Rodrigues, diz que a praça é o lugar central onde ocorreram e ocorrem às principais manifestações políticas e sociais, festas que marcaram e marcam a cultura da cidade entre programas locais de televisão.
Após a inauguração do terminal da Lapa, em 1982 a praça degradou-se. Dezessete anos com o projeto do arquiteto Assis Reis a praça ganha uma nova perspectiva de Belvedere, o monumento à demolição da Sé – a cruz caída, da autoria de Mario Cravo – o monumento a Tomé de Souza, a restauração do monumento a D. Pero Fernandes Sardinha, iluminações cênicas e sonorização. "A cidade como nos apresentam hoje, são efeitos de uma complexa construção, física e simbólica, de grupos humanos interagindo em diversos momentos", esclareceu Etchevarne. Segundo afirmação do grande mestre da geografia, o Professor Milton Santos "a paisagem é o resultado de uma acumulação de tempos".

Segundo constatou a pesquisa de Etchevarne durante as intervenções foram encontrados vestígios ósseos. A superposição de esqueletos em um mesmo local, o número excessivo de corpos, assim como as evidências de acumulo de ossos sem organização e até ósseo queimado, são provas claras do tratamento proporcionado aos restos daquelas pessoas dos estratos mais baixos da população. Além disso, seguiu-se uma escavação arqueológica às fundações da velha Sé, a qual resultou na criação de quatro sítios arqueológicos, cujo resgate de objetos e ossos está sendo conduzido pela equipe MAE/UFBA. Assim se compõe à história da praça mais requintada da cidade de Salvador.

Elena Martinez

Portabilidade contribui para empresas entrarem em disputa acirrada


Operadoras brigam ainda mais pelos seus clientes
Elena Martinez e Maiana Marques

No último dia 24 os baianos que portam DDD 71 e 73 começaram a desfrutar da facilidade de trocar de operadora telefônica e permanecer com o mesmo número, o que possibilita aos clientes de telefonia fixa e móvel manter o antigo número, independente da operadora que esteja vinculado. Todas as telefonias fixas e móveis estão inclusas nesse novo “projeto”. Desde o dia primeiro de setembro que a portabilidade numérica chegou ao Brasil.

Agora, todos aqueles clientes insatisfeitos com suas operadoras de origem podem trocar e manter seu número antigo. A portabilidade numérica veio com o intuito de facilitar a vida dos consumidores, porém essa facilidade não é em vão. Caso haja um plano de fidelidade, o cliente terá de reincidir contrato pagando multa, além de perder todas as promoções que unem fixo, móvel, TV a cabo e internet.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estipulou o valor de R$4, para levar o número de uma operadora para outra. Porém, a operadora receptora pode absorver o pagamento desta taxa. “E isso é exatamente o que tem ocorrido até o momento no Brasil”, afirma Fernando Ornelas, gerente regional da Anatel na Bahia e Sergipe.

“A portabilidade é um momento de grandes oportunidades, não só para fidelizarmos os nossos clientes da base, como também para incentivar os novos clientes, que estão saindo da concorrência em busca de melhores serviços e preços”, conta César Carvalho consultor de soluções - consumer da TIM Salvador.

O serviço já está acessível para 50 milhões de usuários de telefonia móvel e fixa em todo o Brasil e chegou em boa hora para a baiana Silvana Tavares, 29 anos. Embora esteja insatisfeita na sua atual operadora de telefonia móvel, ela conta que não podia migrar para outra prestadora de serviço porque o seu número faz parte do seu ganha-pão. “Sou autônoma e dependo do meu celular para meus clientes me acharem, pois não tenho telefone residencial. Se eu mudasse de número, certamente perderia muito dinheiro”, pontua Tavares, complementando: “Quero ser uma das primeiras clientes a solicitar a portabilidade. Não agüento mais a Claro na minha vida”, finaliza. Até primeiro de março de 2009 toda a região brasileira já estará coberta pela portabilidade fixa e móvel.

Elena Martinez